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Governança de Dados: O CDO como gerador de valor ao acionista.

Por Alessandro Lemes da Silva

1Atualmente com o modelo de governança corporativa, um aspecto vital às corporações geralmente é desconsiderado. E umas das principais premissas de qualquer organização privada é: “Criar valor para o acionista. Se olharmos a governança corporativa simplesmente por essa abordagem, fica claro que há um grande contrassenso nas deliberações do executivos quanto à implementação da governança em suas empresas.

Hoje, no que é chamado de Economia Moderna, os indicadores que posicionam o valor de uma empresa, quando em processo de valoração, são a capacidade dessa empresa em proteger sua informação e a qualidade destas informações. Significa que a diferença entre uma empresa moderna e uma empresa em busca de modernização está no seu maior valor concentrado nos ativos intangíveis, como marca, percepção de mercado e conhecimento.

Com base nisso, entende-se que os ativos de valor de uma empresa se desdobram sob o prisma da informação. As informações são dotadas de condições de gerar valor ao negócio, validando estratégias e demonstrando cenários empresariais e de negócio por meio do conhecimento, maturidade e qualidade dessas informações. O que conta hoje não é mais o patrimônio imobilizado, mas principalmente na capacidade de gerar retorno sobre os investimentos numa perspectiva de dois ou cinco anos, em consequência de seus diferenciais. E os principais diferenciais agregadores de valor, são personificados em:

  • Bases de dados;
  • Cadastros;
  • Fórmulas e modelos matemáticos;
  • Estudos e técnicas de avaliação de mercado;
  • Projetos

Podemos concluir até aqui que hoje toda a alavancagem estratégica de uma empresa é baseada em informação.

Para ratificar esse pensamento, posso complementar com a ideia de que o cenário empresarial apresentado nos últimos cinco anos evidencia que algumas organizações que surgiram no inicio deste novo século já valem mais do que outras já centenárias. Entendo que pelo simples fato de haver um movimento forte para informatização e processos digitalizados já nascem junto com a empresa; frente à isso, ou as empresas modernizam a forma de captar e gerir suas informações, mudando também sua maneira de pensar e conduzir a gestão do negócio ou naturalmente sairão do jogo. Na caminhada rumo ao desenvolvimento, a palavra chave é informação.

Temos agora um quadro devidamente pintado com as cores das possibilidades e entra em cena um profissional relativamente novo nos quadros, que surgiu de iniciativas inovadoras ou agregou ao longo do tempo atribuições dentro das empresas que compuseram seu novo papel. O CDO, ou o Chief Data Office, atualmente tão valorizado.

O Diretor Executivo de Dados, tradução da sigla em inglês mencionada à cima, tem papel primordial na visão estratégica de governança de dados, considerando que nos últimos 5 anos fomos bombardeados com novidades para persistir grandes volumes de dados, enriquecê-los e analisá-los com a devida performance, o CDO tem atribuições operacionais de criar, tratar, integrar as informações num contexto corporativo com sua magnitude.

Através da figura do CDO, as empresas podem olhar com mais seriedade para as questões de riscos relacionados à informação, sua rastreabilidade e compartilhamento, contribuindo com o posicionamento estratégico, velocidade de respostas ao mercado, transformando bites  em novos produtos e implementando novas iniciativas para garantir a aderência e efetividade das ações de negócio com base nas informações compartilhadas, geradas e mantidas sob sua guarda. O que muitos executivos ainda não se deram conta, é que a responsabilidade final caso ocorra algum incidente relacionado ao vazamento de informação, ataque de um hacker, perda de dados, inconsistência de dados, pouca qualidade dos dados armazenados, entre outros, será sempre da alta administração.

A boa implementação e condução da governança de dados é refletido no potencial competitivo da organização, aumentando a vantagem competitiva, minimizando consequência financeiras. Levando em conta que a ciência dos dados da empresa fazem parte das atribuições do CDO, os modelos matemáticos, estudos preditivos e descritivos e a identificação consequente de novas oportunidades de negocio se dão em velocidade muito maior num ambiente de dados mapeados, rastreados e devidamente enriquecidos, formando uma fonte única de consulta que  traz agilidade e contribui imensamente para a adoção definitiva de um único lado da verdade, em se tratando de divulgação de informações para parceiros, clientes, órgãos regulatórios e seus acionistas.

Devemos ainda levar seriamente em consideração a formação de um fórum de segurança e qualidade. Este fórum já é uma realidade nas grandes organizações e geralmente é composto por membros da alta administração, pela área de administração de dados e pelo security officer (pessoa responsável pelas questões táticas da segurança na empresa), visando proteger os ativos de informação, tanto de ataques e perdas quanto na manutenção da qualidade destas informações. Este processo não é simples e traz consigo uma mudança na cultura administrativa, mas é tão importante, que deve ser tratado como ponto chave na estratégia de uma empresa que pretende continuar posicionada no mercado pelos próximos cinco anos.

 

Alessandro Lemes da Silva é colunista do Blog da Infomev e discute sobre o universo do Business Intelligence (BI).

alessandro@lemesdasilva.com

 

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