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Quanto o medo de falhar está te impedindo de mudar de caminho?

Por Dulcineia Alcock

“Cacorrafiofobia”. Já ouviu esta palavra antes? Pois é, é o medo extremo de falhar.

O medo de falhar acomete a muitos de nós. O medo em si não é o problema – o problema é quando ele começa a nos imobilizar, nos impedindo de tentar coisas novas, de arriscar, de mudar de caminho, de manifestar ideias.

Ano passado comecei a assistir a uns vídeos de um empresário americano chamado Tai Lopez. Meu marido assistiu a um dos vídeos e disse: “não vejo nada que ele esteja dizendo que você já não saiba”. Na verdade o que eu realmente aprendi com o Tai Lopez não estava diretamente inserido no conteúdo.

A primeira coisa foi a maneira com que ele lidava com os erros: se caía algo no chão, ele não parava o vídeo, ou editava. Ele deixava aquilo ali, tranquilamente. Se a garganta coçava, ele bebia um copo de água na frente da câmera e continuava discorrendo sobre o assunto.

A verdade é que erros fazem parte da vida, mas nós não somos treinados a aceitá-los. Nós temos a tendência a buscar a perfeição, e isso causa muito frustração, porque a falha está intrinsicamente ligada à nossa natureza humana.

O artista Dênis Elias, idealizador do programa Ser Criativo, discorre como a criatividade passa pela aceitação do erro, aceitação do que não é perfeito, e às vezes do que não é considerado belo. Ele ousa dizer que a perfeição só existe no mundo das ideias, e que a partir do momento em que você faz um movimento para materializar uma ideia, está abrindo mão da perfeição. Lembrando que buscar excelência é diferente de buscar a perfeição, o que nos leva à outro tópico.

A outra lição que aprendi assistindo àqueles vídeos foi o começar simples, usando as ferramentas que você tem disponíveis. Tai Lopez grava os vídeos sentados em frente à sua prateleira cheia de livros. A luz não é perfeita, o ambiente não é perfeito. Se ele está viajando, grava os vídeos com o seu iphone, bem no estilo “o que vale é a mensagem”.

Até que ponto a sua busca por excelência está impedindo você de começar um projeto?

Por que não começar pequeno e ir aprimorando com o tempo, à medida que você vai adquirindo habilidades, público, recursos? Que tal começar como um hobby, simplesmente para dar o primeiro passo e sair do ponto zero?

Em Coaching orientamos as pessoas a dividirem um grande projeto em passos pequenos, de maneira que aquele monstro gigante fique menor e você consiga lidar melhor com ele. Serve pra tudo – mudar de área, por exemplo: você pode começar a trabalhar em outro departamento meio período uma vez por semana e ver como se sente.

A terceira e última lição vem justamente do que o meu marido criticou: talvez realmente não tivesse nada de excepcional naqueles vídeos, embora eu deva dizer que sempre anotei o nome de um livro ou conceito novo –  a palavra “cacorrafiofobia”, por exemplo, eu aprendi lá. Mas o ponto é que ele não estava interessado em ser único, ou em dizer coisas inéditas. Ele estava focado em trabalhar no que ama (fez do seu amor pela leitura o seu trabalho) e em compartilhar o seu aprendizado.

Este é outro ponto sobre o qual Dênis Elias discorre: tudo que vem de você vai ser de alguma forma inédito, porque vai ser processado por você, e você teve experiências únicas. O seu produto vai ser sempre original. A ideia de “já tem muita gente fazendo isto” não deveria nos impedir de fazer nada.

E então, o que você pode começar a fazer HOJE em direção ao que você quer? Lembre-se,  um passo pequeno é o que basta para começar o movimento e já vai mudar seu estado interno de “frustração” para “olhe o que eu consegui!”, e este estado de espírito vai te impulsionar a dar o segundo passo. E de repente você verá que de passo em passo chegou lá!

 

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