Que tipo de formador de hábito você é?
Por Dulcineia Alcock
Estamos no segundo semestre, e muitas pessoas aproveitam para fazer um balanço de suas resoluções para este ano. Se você se comprometeu a criar ou mudar um hábito, olhou pra trás e conseguiu, parabéns. Se não, talvez esteja na hora de pensar que tipo de formador de hábito você é, e então encontrar maneiras de responder às expectativas que você (ou outros) se impôs.
Gretchen Rubin, autora do livro Better Than Before (Melhor que Antes), diz que ¨hábitos são a arquitetura invisível do nosso cotidiano¨. Pense nessa frase por um momento: você passa o dia fazendo coisas de que o seu cérebro não se dá mais conta, porque elas se tornaram hábitos: escovar os dentes, dirigir para o trabalho, se alimentar etc. Hábitos são importantíssimos, uma vez que eles liberam espaço para o cérebro tomar outras importantes decisões. A razão pela qual você pode pensar nas prioridades para o seu dia (uma atividade cerebral de auto nível), é justamente porque o seu cérebro não precisa decidir se você vai escovar os dentes: isto é um hábito estabelecido.
O que faz uma pessoa manter um bom hábito, ou criar um novo com mais facilidade que outros?
Rubin estudou o assunto, e dividiu os formadores de hábitos em 4 tipos. Identificar qual se assemelha mais ao seu estilo e utilizar as estratégias propostas pode ajudá-lo a encontrar diferentes maneiras e se sentir mais propenso a cumprir suas metas.
O Mantenedor (Upholder)
O Mantenedor é aquele que responde ativamente às suas expectativas pessoais e às externas.
A estratégia de Gretchen Rubin, ela mesma uma Mantenedora, é a da Agenda, o que nada mais é que, como o nome já diz, colocar as metas em uma agenda e ticar no final do dia.
No livro O Poder do Hábito, Charles Duhhigg discorre sobre os 3 estágios da formação do hábito: o gatilho, o hábito em si e a recompensa (falo mais sobre isto neste artigo).
A sensação de dever cumprido serve como recompensa para o Mantenedor, e isso o estimula a manter o hábito.
O Questionador
Questionadores só atendem à uma expectativa se ela faz sentido, de acordo com o seu próprio julgamento. Ou seja, para atender a uma expectativa externa, eles precisam transformá-la em interna. Coaching nesse caso tem o papel de ajudá-lo a fazer as conexões cerebrais necessárias para que isso aconteça.
A estratégia para o questionador é a da Clareza. Uma das razões pelas quais algumas pessoas não sucedem em manter um hábito, é porque aquela resolução conflita com um outro valor. Por exemplo: você quer manter os emails respondidos, mas também quer jantar com a sua família. Ou você quer fazer uma pós, mas quer investir nas suas relações pessoais.
O papel do Coach neste caso é te ajudar a clarificar o que tem mais peso na sua vida no momento, e quem sabe se, pensando fora da caixa, não é possível atender às duas demandas?
O Comprometido (Obliger)
Comprometidos atendem facilmente às expectativas externas, mas têm problemas em atender às suas próprias. São aqueles que vão usar o sábado para ajudar um amigo a arrumar a casa, enquanto a deles está precisando de arrumação.
Eles precisam prestar contas, e um Coach tem papel fundamental neste caso, uma vez que combinará tarefas semanais para assegurar que você consiga o seu objetivo, e checará a execução delas.
Como uma comprometida, encontrei maneiras diferentes de prestar contas: para me exercitar, por exemplo, baixei um app que me diz quantos passos caminhei no dia. Minha meta é de 10.000 passos (cerca de 8 kms), e quando eu alcanço, a tela fica verde. É impressionante como me incomoda ver a tela vermelha (ou laranja, quando alcanço 5.000), e como não sossego enquanto não cumpro a minha meta.
Para meus gols profissionais eu encontrei um amigo que também é um comprometido, e toda 2a. fa. nós estabelecemos 3 ações e checamos se elas foram feitas. Embora Coaching seja bem mais poderoso, já que trabalha com técnicas de neurociência que vão ajudá-lo a entender padrões e pensar diferente, esta pode ser uma boa alternativa.
O Rebelde
O Rebelde resiste tanto à expectativas internas quanto externas, e quanto mais alguém espera que eles façam algo, menor será a possibilidade de que eles farão.
Neste caso, a estratégia é a da identidade. Rebeldes precisam conectar à sua identidade àquela que eles querem se tornar. Para uma pessoa que é a alegria da festa, e a sua extroversão é movida a álcool, pode ser difícil parar de beber, porque ele está se identificando com aquele papel e é reconhecido por ele. Se ele é um rebelde, é necessário que passe a se identificar com uma outra persona, talvez não a do extrovertido, mas a do saudável.
Rubin fala sobre outras estratégias que poderão ser usadas, como por exemplo Combinar ou Abster: na primeira você faz um acordo que só vai ler seus emails pessoais se tiver terminado dois Contratos, por exemplo. Na última você se propõe a não ler mais emails pessoais no trabalho.
Como David Rock, autor de Your Brain at Work (Seu Cérebro Trabalhando, em tradução livre) estressa, ¨não há dois cérebros que sejam iguais¨. O interessante no estudo de Rubin é que cada pessoa precisa encontrar a maneira que melhor lhe convém, e respeitá-la fará com que a mudança ocorra de forma orgânica, sem sofrimento.
Para saber qual é o seu tipo, faça o teste (em inglês): www.bit.ly/HabitsQuiz.
Agende uma sessão de Coaching e use o conhecimento que adquire sobre você e seu comportamento a seu favor: www.pt.highpeakcoaching.com/contato